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PIRENÓPOLIS – em algum lugar do passado
Localizada na região do Pico dos Pireneus, no centro-oeste do país, no estado de Goiás, foi desbravada pelos Bandeirantes, durante suas andanças cortando o Brasil, instalando-se na localidade para exploração do ouro, o que deu origem ao arraial de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, em 1727, passando à vila pouco mais de cem anos depois, em 1832 e, à cidade em 1853. Em 1988 foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Segundo Amilton Pereira Siqueira, nascido na cidade e fundador do Museu das Lavras do Ouro, os Bandeirantes chegaram à região com o objetivo da exploração do ouro, atividade que durou por 100 anos. Expulsaram os índios Goyá, trazendo negros escravos para o garimpo. Amilton relata que a seleção dos escravos, ainda nos portos, era pela altura e porte físico, escolhendo os mais altos e fortes face às minas do arraial N.S. Rosário serem a céu aberto, deixando os escravos mais baixos para o garimpo de Minas Gerais, onde as minas eram subterrâneas.
Destaca-se ainda que o nome do arraial incorporou “meia ponte” porque numa enxurrada, metade da ponte foi levada pelas águas do Rio das Almas, que corta a cidade. Esta mesma ponte que ainda hoje liga o centro histórico ao bairro do Carmo, separava, na época, também a região dos brancos, onde está o centro histórico, da dos negros, além ponte, que leva ao bairro do Carmo, lado onde hoje está a Pousada dos Pireneus. A cidade possui hoje cinco pequenas pontes fazendo essas ligações entre um e outro lado.
Depois do término do ouro, final do século XVIII, a região passou a explorar outra riqueza do solo, a pedra quartzito, conhecida como pedra de Pirinópolis, muito usada para pisos e revestimento externo. Na atualidade essa atividade representa cerca de 20% da economia local, complementada pela agropecuária e o turismo.
Uma dica, leve dinheiro em espécie, pois muitos lugares, mercados, padarias, lojas de artesanato e até alguns restaurantes não aceitam cartão de crédito. De toda a forma, na cidade tem agências dos bancos do Brasil, Bradesco e Itaú.
COMO CHEGAR
A partir de cidades distantes, pode se deslocar de avião até o aeroporto de Brasília, cerca de 150 km ou até o aeroporto de Goiânia, 125 km. Pirenópolis possui um aeroporto com 1.300 metros, conta com balizamento noturno e heliporto.
De ônibus as empresas Goianésia, Santo Antônio e Expresso São José têm ônibus partindo de Brasília, Goiânia e Anápolis, respectivamente.
De carro. Existem dois caminhos a partir de Brasília, o primeiro, pela BR 070, passando por Águas Lindas, Cocalzinho e Corumbá de Goiás, com a vantagem de poder conhecer também o Salto Corumbá, uma linda queda d’Água com a oferta de camping, para os aventureiros, e também alguns hotéis-fazenda e pousadas, e daí, para chegar a Pirenópolis, pega a GO 225. A outra opção é pela BR 060 por Alexânia, Abadiânia e GO 338, passando por Planamira. A partir de Goiânia, o caminho mais curto é pela BR 153 passando por Anápolis e depois a GO 431 ou de Anápolis pegando a BR 414 até Planalmira e a GO 338 até Piri.
Paisagem do cerrado que lhe acompanha durante a viagem
ONDE FICAR
O que não faltam é opções de hospedagem em Pirenópolis, tem pra todos os gostos, das mais simples e baratas até as mais sofisticadas e, claro, pagando o requinte. Destaco a Pousada Villa do Comendador, pousada da Rota do Charme o melhor e mais charmoso local onde já me hospedei, nesta cidade. Com apartamentos e chalés, cada qual oferecendo diferenciais, garante a privacidade, ambiente tranquilo, decoração super romântica e cozinha bem diferenciada, embora, na ocasião, demorava muito para servir. Possui um Spa pra lá de maravilhoso, não deixe de curtir os lava-pés e massagens. Se quiser fazer uma graça com o(a) parceiro, peça o kit núpcias.
Pousada Gold, possui apartamentos temáticos, superiores e inferiores. Construída numa área não muito grande, ainda assim, conseguiu dar um pouco de privacidade. Tem uma piscina e costuma passar filmes à noite, num telão ao redor da piscina, ambiente bem agradável.
Pousada dos Pirineus Resort, acredito ser a mais antiga opção de hospedagem na cidade, recentemente renovado, é um enorme hotel, sendo resort, não tem o aspecto intimista, mas oferece uma ótima infra-estrutura, com enorme piscina, toboágua, sauna, bom e variado restaurante, excelente opção para família e crianças.
Pousada da tia Ilda, localizada logo após passar o Portal da Cidade, numa rua paralela à da entrada, à direita, com confortáveis quartos, dispostos em piso superior e térreo, todos com nomes de pássaros, banheiro com blindex, televisão só com canais abertos, como a maioria das pousadas locais, ar condicionado e ventilador, chuveiro excelente com aquecimento solar e elétrico. Café da manhã repleto de quitutes feitos na pousada, deliciosos, e o melhor de tudo, excelente atendimento pela proprietária, a tia Ilda, e sua família.
Todas essas opções de hospedagem exigem ter carro para deslocamento, pois ficam um pouco distante do centro histórico. Se quiser ficar perto do buxixo, opte pela Pousada Rancho do Ralf, Pousada Lara , Pousada Walkeriana ou a charmosa Pouso Café e Cultura, que tive o privilegio de visitar, whatsapp Alexandre (62)85722908, localizada bem próximo da Igreja Matriz, também fica num casarão tombado, que foi propriedade do Diplomata Pirenopolitano, Sr. Isócrates de Oliveira. Sua enorme biblioteca, salão oriental e salão ocidental são mantidos idênticos e somente na parte de trás da pousada, estão os modernos chalés, rodeando um lindo jardim, onde está um romântico gazebo com poltronas e uma enorme jacuzzi. Com certeza esse será meu próximo destino.
Se você estiver em um grupo grande pode optar por alugar uma casa, recomendo o Solar da Alegria, localizada na Rua Direita, número 36, próxima à Igreja Matriz, propriedade de Claudia Azeredo, artista têxtil, da cidade, contato pelo telefone e WhatsApp 011 991254435, claudiazeredo@uol.com.br. É um casarão centenário, com seis quartos, três banheiros, piscina, churrasqueira, cozinha ampla com fogão à lenha, fogão a gás, microondas e também sala de jantar, varanda e um amplo terreno com pomar. Um lugar para descansar à moda antiga. Super recomendo.
O QUE FAZER
Para se locomover pelo centro histórico, o melhor é andar, tudo é bem pertinho, mas para visitar os pontos mais distantes, precisará de transporte. Caso não esteja de carro, um bom recurso é um ” tuquetuque” pirenopolitano – uma moto com cobertura – que tanto protege do sol, que é muito forte, como da chuva, o motorista ainda vai dando dicas dos locais, para contato (62) 9316 6610 ou 9952 9302.
Ah, tenho que lhe avisar que em Pirenópolis é muito difícil achar placas com os nomes das ruas, assim, não se apavore, siga os pontos de referência que dá tudo certo, afinal, a cidade é pequenina e não dá para se perder, rsrsrs.
Centro Histórico
Os casarões centenários, da época dos Bandeirantes, existem até hoje, dando beleza à cidade, emoldurando, rua a rua, com seu charme, ainda funcionando como casas, escritórios de advocacia, pousadas, assim, andar a pé pelo centro histórico e suas ruelas é uma diversão, pois verá casas com janelas pintadas de azul, verde, marrom e até rosa, com aquele estilo colonial, muitas delas com degraus paralelos à casa, para dar acesso à entrada, face ao desnível da rua, encobertos por uma falsa proteção de varanda, que acrescenta um charme inusitado.
Casarões de Pirenópolis – volta no tempo
Vale conhecer o primeiro casarão construído na cidade, em 1727, também tombado, abriga hoje o Villa Lounge Bistrô, @villaloungebistro (62) 3331 2928, requintado, muito bem decorado e charmoso, tem uma adega muito original, construída do mesmo material da igreja matriz e ofereceu um super reveillon 2016.
Também está localizada nesse casarão a Agência turística Tilapatur, tilapatur@gmail.com.br onde você pode contratar os passeios às cachoeiras, ao Parque Estadual dos Pireneus, trilhas, boia cross.
Ambos, Villa Lounge Bistrô e Tilapatur estão bem ao lado da Igreja Matriz. Dizem que a partir deste casarão foi iniciada a construção da Igreja do Rosário.
Inicie seu passeio pela Rua do Rosário, que começa transversal à Benjamim Constant e encontrará a Prefeitura que está sediada num desses casarões, tendo como vizinho, o Centro de Saúde também instalado num prédio de mesmo estilo.
Estacione por aí e siga a pé. Se virar à direita na rua Major Pompeu, para se localizar, na esquina está a Escola Municipal Com. Joaquim Alves, nesta rua verá, à direita, um pouco mais à frente, o Centro Municipal de Artes e Música, num lindo casarão e à esquerda o Correio, mas este prédio não é antigo.
Volte à Rua do Rosário e pegue, à esquerda, a Rua Nova, siga, admirando os casarões e no fim da rua, à esquerda, encontrará o Museu da Família Pompeu, infelizmente, o Sr Pompeu faleceu em 2014 e o imóvel está fechado, mas você pode admirar a beleza do casarão que parece estar a venda. Faço torcida para que alguém se interesse em comprar mas mantenha o museu funcionando para não se perder as memórias da cidade.
Neste mesmo fim de rua, você tem mais duas atrações imperdíveis, a primeira, a pousada Pouso e Cultura e a segunda, a loja Ponto das Artes, Artesanato e Antiquário (62) 3331 1170, juju.piri@hotmail.com. Dona Jurema D’Abadia, a proprietária, montou um lindo salão de artes nesse belo casarão e lhe atende com muita gentileza, mostrando peça a peça. Mulheres voluptuosas e coloridas de Alex Botega, cerâmicas diversas, também sacras, mobiliários antigos, esculturas em bronze belíssimas, uma delas, Jurema diz ser de Luiz Olinto, imperdível visitar, para onde olha, a arte surpreende.
Retorne à Rua do Rosário, descendo verá, à esquerda, o prédio do Teatro de Pirenópolis, construído em 1899, por iniciativa de Sebastião Pompeu de Pina e com a participação da comunidade local.
Seguindo ainda por esse lado da rua do Rosário, vire à esquerda, na Rua Direita, encontrará logo no seu início o Cine Pireneus, construído no estilo Neoclássico, alterado em 1936 para o estilo Artdecô.
Seguindo um pouco mais a frente, no número 36 encontrará o casarão Solar da Alegria e bem à sua frente, o Museu das Cavalhadas, ao lado esquerdo da rua.
Teatro de Pirenópolis
Do mesmo lado do Solar, mais à frente, número 58, você encontrará outra atração imperdível, o Ateliê da artista têxtil Claudia Azeredo, claudiazeredo@uol.com.br, (62) 3331 1328. Seu trabalho, classificado como mosaico em tecido é maravilhoso, me impressionou o talento de mexer com texturas e tonalidades diferentes de cor, criando peças com tamanha leveza, dinamicidade e vibração. Peças decorativas, quadros, roupas, Claudia aplica sua arte de forma inusitada e claro, conquista você de imediato, com sua gentileza e simpatia.
Depois de um banho de arte, retorne à Rua do Rosário e aí está a principal igreja da cidade, Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1728 e 1732, usando taipa de pilão, sendo considerada uma das maiores construções do Centro-oeste, nesse material. Em 2002 houve um incêndio que destruiu praticamente toda a igreja, restando somente parte das paredes. Contam os moradores que havia um sino de outro na torre da igreja e depois do incêndio não foi encontrado nem o sino e nem o outro derretido, assim, acredita-se que o incêndio foi proposital, para encobrir o roubo. Diariamente a igreja pode ser visitada, entrada pela lateral, aceitam contribuições para darem continuidade à reconstrução que ainda não está concluída. Você verá que nas laterais internas estão duas áreas ainda em taipa, à mostra, pois nao foram refeitas as pinturas originais. Já o altar, também não é o original e essa história é interessante.
Contou-me Amilton Siqueira e confirmou o funcionário da igreja matriz, que nos anos 1700 foi construída também, uma igreja para o negros, que ficava além da ponte, pois não se permitia que frequentassem os mesmos locais que os brancos, anos depois foi destruída, no entanto, seu altar foi guardado. Na reconstrução da igreja do Rosário, o altar da igreja dos negros foi levado para a igreja, matriz, que era dos brancos, onde está até hoje.
Na rua lateral à igreja matriz está o primeiro casarão construído na cidade, conforme já relatado.
Continue pela Rua do Rosário, se gostar de andar, vá a pé, se não gostar, pegue seu carro e tente um estacionamento mais abaixo da Rua do Rosário. Aí você vai encontrar um grande comércio, várias lojinhas de artesanato, galerias como a Galeria Centro Histórico, com lojas, restaurante, artesanato.
Mais à frente, está a famosa Rua do lazer, somente para pedestres, com muitos restaurantes, de um lado e outro da rua, com mesinhas na rua ou seus espaços internos, charmosos. Muitos desses restaurantes, nos fins de semana e feriados, oferecem música ao vivo. Aí você pode escolher onde almoçar ou jantar ou somente sentar para tomar uma boa e gelada cerveja, um drinque ou uma água.
Um pouco antes da Rua do Lazer, tem uma travessa, à esquerda, margeando o Rio das Almas, siga por ela até a esquina. Ao lado direito verá o Museu do Divino. Este prédio foi construído em 1919, uma réplica de um prédio que existia ao lado da igreja Matriz e funcionou até 1999 como a Casa de Câmera e a Cadeia. Hoje apresenta a história da festa anual do Divino, também aberto para visitação.
Bom, aí você ja vê toda a movimentação do Rio das Almas, em dia de feriado ou festa é escolha dos visitantes e dos moradores locais, e fica lotado, sobretudo neste local em frente ao Museu do Divino.
Aí também está a primeira ponte da cidade, Ponte sobre os Rio das Almas, construída nos tempos do arraial, foi reconstruída em 1903, é a mais famosa da cidade e liga o Centro Histórico ao Bairro do Carmo. Tem somente uma pista estreita lateral para pedestres e pista para um carro. Nos dias de festas, o transito nesta ponte é intenso e não tem nenhum controle ou sinalização de trânsito, assim, às vezes fica-se quase uma hora para atravessar. Aí vai uma dica, deixe seu carro estacionado e atravesse a ponte a pé.
Atrações do outro lado da ponte
Existem vários barzinhos e restaurantes na subidinha imediatamente após a ponte. Muitos deles, também têm música ao vivo nos fins de semana e feriados. Vale escolher um, fazer um pit stop e curtir a paisagem, vendo o povo brincar no rio ou de longe observar a Igreja Matriz.
Imediatamente ao atravessar verá a Igreja do Carmo, que hoje nao funciona mais como igreja e sim como o Museu de Arte Sacra. Essa igreja foi construída pelos escravos em 1750, uma iniciativa de Luciano Nunes Teixeira e Antônio Rodrigues Frota. À sua frente tem uma pracinha com lindas árvores e banquinhos que convidam a sentar e observar a Matriz ao longe. Infelizmente, nenhuma das vezes que visitei a cidade encontrei o museu aberto.
Ao lado da Igreja do Carmo verá uma construção bem grande, onde funciona, sob o comando de uma freira, o lar dos idosos e uma creche. Como atividade de terapia ocupacional, os idosos fazem diversos produtos de artesanato e tecelagem que são vendidos no local – Tecelagem Aldeia da Paz, os ganhos são revertidos para a manutenção do Lar (62) 3331 1073, (62) 3331 2525, permata@terra.com.br, aceitam encomendas. Dizem ter os melhores preços da cidade. Tapetes de crochê, jogos americanos e guardanapos feitos no tear, peças de cerâmica, dentre outros, são mostradas no showroom.
Daí, minha sugestão é que no lugar de voltar pela ponte, siga um pouco mais à frente e contorne o rio, passando por trás de um restaurante e ao lado de um campo de futebol. Siga andando e chegará à mais bonita ponte da cidade, Ponte Pênsil Dona Benta. Esse lugar é mágico, bem arborizado, muito silencioso, praticamente vazio – um paraíso no buxixo!!!
Originalmente havia, no local, uma ponte de cabo de aço e madeira simples, que foi destruída por uma enchente na década de 80. Em 2005 foi inaugurada a nova Ponte Pênsil, somente para pedestres, com 2,50 metros de largura, 42,50 m de comprimento e 10 m de altura, podendo suportar até 700 kg. O nome Dona Benta foi em homenagem a uma antiga moradora da cidade, famosa pelos seus doces e por seus causos.
Agora você já conhece todo o Centro Histórico!!! Vamos para um pouco mais longe….
Fora do Centro Histórico
Agora esses passeios precisam de carro, são bem mais distantes, claro, verá alguns fazendo o percurso à pé, mas isso é para quem gosta e está acostumado a caminhar muito e lembre-se, no verão faz um calor imenso.
Saindo pela rua de frente da Igreja Matriz, pegue a Rua do Bomfim, à direita, e siga em frente até enxergar a Igreja do Bomfim, emoldurada por enormes Palmeiras Imperiais. Essa igreja teve sua criação inspirada pelo Sargento-Mor Antônio José dos Campos e foi construída entre 1750 e 1754. Destaca-se porque possui, em tamanho natural, uma linda imagem do Senhor do Bomfim, vale muito visitar, é muito imponente, mas não se pode fotografar o seu interior.
Siga em frente, passe a igreja e continue pela Av. Meia Lua,, até o número 172, chegará no Museu Rodas do Tempo, que tem uma das maiores coleções particulares de veículos antigos de duas rodas, no Brasil.
A coleção iniciou no Rio de Janeiro onde morava seu proprietário, Augusto Cesar Pires, que por mais de trinta e cinco anos restaurou veículos de duas rodas – motocicletas, bicicletas motorizadas, scooters, e tinha um sonho de criar um museu.
Na década de 80 Augusto foi transferido para Brasília e trouxe consigo sua colegão, e, 2009 levou-a a Pirenópolis já no início da concretização de seu sonho, inaugurando o Museu Rodas do Tempo em outubro de 2010. Se você gostas de motos e veiculos antigos, com certeza vai adorar a visita.
Mas ainda não acabou não, continue em frente, pegue a estrada que indica para as cachoeiras e logo verá a placa do Museu Lavras do Ouro, museuarlivre@gmail.com, (62) 8134 4313, (62) 9338 7995, construído por Amilton Pereira Siqueira, em 1996, nas terras que foram de seu avô, seu pai e agora é dele, com o objetivo de preservar a história da exploração do ouro feita pelos Bandeirantes com mão de obra dos escravos. Conta Amilton que os escravos, faziam coletes das peles dos animais, recheavam com grossa camada de pena para se protegerem das flechas dos dos índios Goyás, residentes na região.
O Museu é um parque à céu aberto que mostra as rotas e pedras exploradas pela mineração. Para fazer o passeio, vá de tênis, para maior segurança, mas é possível ser visitado por crianças e adultos, mesmo idosos, que consigam andar.
Amilton encontrou nas terras várias peças da época do garimpo do ouro, que expõe na entrada do museu, além de álbuns que contam a história da cidade, pesquisada por ele, incluindo inclusive foto da Expedição da Comissão Cruls, realizada em 1892, sob ordens do então Presidente da República Marechal Floriano Peixoto que entendia ser “necessidade inadiável a mudança da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central”. Essa comissão chegou em Pirenópolis no dia 01 de agosto daquele ano, de onde subiu até o Pico dos Pireneus para medir o nível do mar e dali, partiu para a exploração do planalto central, demarcando, no mapa do país, a posição do quadrilátero do futuro Distrito Federal.
Na mesma área do Museu de Lavras do Ouro, aberto diariamente das 8h às 16h, Amilton abriu uma área de camping – Recanto da Mata Camping, (62) 8134 4313 (62) 9335 3506, muito aprazível que rodeia o Rio das Almas, uma atração a mais do local.
Recomendo conhecer e reservar um tempo para conversar com Amilton, goianinho simples, simpático e falante, vale ouvir seus causos e conhecer mais sobre a história da região.
Também afastado do centro da cidade, cerca de 25 km, acesso pela estrada que passa pela entrada da cidade, a Fazenda Babilônia tombada pelo Patrimônio Histórico é uma atração imperdível pois é uma das mais antigas fazendas do Goiás. De propriedade da família de Joaquim Alves de Oliveira que chegou ao Arraial Meia Ponte para construir a maior empresa agrícola de Goiás e um dos maiores engenhos do país. Sua sede, construída no fim do século XVIII por escravos, em taipa, fica num enorme e belíssimo casarão colonial, que mantém viva a história da época. Tem peças como carros de boi, engenhos, pilão, ferramentas rurais, vestuário de época, belíssimas plantas e além do mais, oferece um excelente café goiano sertanejo, que me lembrou o cafés coloniais de Gramado, uma variedade de mais de 40 pratos, uma saborosíssima comida regional com receitas centenárias. Aberta para visitação aos sábados, domingos e feriado, mas na semana da passagem deste ano, estava fechada.
As Festas Locais
A cidade é famosa por duas grandes festas, a do Divino Espirito Santo e as Cavalhadas.
A primeira – do Divino, foi trazida para o Brasil pelos padres Jesuítas, buscando converter ao cristianismo os negros e índios.
Em Pirenópolis, considerada a mais importante festa da cidade, iniciou em 1819, sendo em 2015 a 187 versão. Com o tempo foi adaptando-se aos costumes brasileiros, hoje é um misto de festejos religiosos e profanos, incluindo a própria cavalhada, além novenas, missa, procissão, mascarados, pastorinhas, queima de fogos, bailes, desfile de bandas…
O desfile de abertura é imperdível, conforme relatado pelos moradores locais. A Fazenda Babilônia tem participação especial, pois seu proprietário coleciona bois com os maiores chifres, assim, monta carros de bois conduzidos por esses raros animais, abrindo o desfile.
A segunda, as Cavalhadas, têm origem em Portugal no ano de 1826, uma iniciativa do Padre Manuel Amâncio da Luz, quando era imperador da Festa do Divino. São jogos medievais de cavalaria, representando a luta entre o cristianismo e os muçulmanos, ocorrida entre o imperador do Ocidente – Carlos Magno e os mouros muçulmanos, quando invadiram a Península Ibérica.
A festa do Divino ocorre 50 dias após a Páscoa, durante a comemoração de Pentecostes e as Cavalhadas acontecem nos três dias subsequentes à festa do Divino.
ONDE COMER
Com uma unidade da Universidade Estadual de Goiás, em Pirenópolis, a cidade é presenteada com a formação de Chefs que estão no comando de alguns dos restaurantes locais, dando à cidade o status de boa gastronomia, veja aí, algumas opções:
Fazenda Babilônia, café goiâno sertanejo
Café Pitoresco Arte e Cultura,Tem um delicioso café coado ou expresso, sugiro o canelinha. Pratos muito saborosos, recomendo o quibe assado.
Maiale, italiano, fica na Rua do Lazer e oferece um delicioso cardápio, recomendo a massa com camarão e funghi. Geralmente tem música ao vivo.
Empório do Cerrado, restaurante e risoteria, também fica na Rua do Lazer, o ambiente interno é muito lindinho, mas tem também mesinhas na rua. Recomendo o escalope de filé mignon , que é preparado com molho de café com creme de leite e gengibre, e redução em cachaça especial. Como parte do prato, você pode escolher um risoto para acompanhar, muitos feitos com frutas do cerrado, como pequi, cabotiá e guaririba.
Montserrat, espanhol, localizado numa ruazinha que inicia perto da Ponte Sobre o Rio das Almas. Este é meu restaurante preferido em Piri, não saio da cidade sem pelo menos ter feito uma refeição lá. O Chef Juan Pratginestós está sempre presente recebendo os visitantes. Super recomendo de entrada, o Montaditos, o Risoto de rabada e o Polpetone gratinado. Não aceita catão, pagamento em dinheiro ou cheque.
Bacalhau da Biba, localizado na Rua do Rosário, 42, é também um antiquário, assim, você se diverte vendo as lindas peças expostas, mas o melhor é que você come numa mesa montada somente com peças do antiquário, é demais!!!! Mesa, talheres, taças, pratos, cada qual de um país diferente, dá um glamour todo especial ao momento gastronômico. Biba é a esposa do dono, responsável pela produção do bacalhau. Sugiro reservar pois alguns pratos tem um tempo de preparo maior. Todos os que eu já saboreei lá, estavam maravilhosos, mas recomendo o próprio Bacalhau da Biba. O preço é um pouco salgado, mas o bacalhau não, vale o investimento.
Arte em Pirenópolis
A cidade é riquíssima em atividade artística e você não pode deixar de conhecer pelo menos um pouco do que a cidade oferece.
Uma boa maneira é fazer o Circuito de Criação que contempla quatro ateliês de artistas locais.
A primeira, já me referi aqui neste post, é a Claudia Azeredo com suas peças de artedesign em tecido. Arquiteta, ex professora da Universidade de Brasília, veio para Pirenópolis e criou, desde 1987, uma nova maneira, só dela, de expressar-se, resgatando de sua infância, a habilidade da costura. Combinando design moderno, linhas retas que se transformam em curvas e uma mistura de cores impactantes, transforma o tecido em peça de arte.
Rua Direita, 58, Centro Histórico. claudiazeredo@uol.com.br (62) 3331 1328
Aberto segunda a sexta das 11h às 17h. Sábados e domingos das 10 às 18h
Visitei e adorei!!!
Adobe Pottery é o nome do Ateliê de Cristina Galeão que transforma a argila em peças delicadamente talhadas e pintadas, dando um traço de requinte e brilho transferindo alma a cada unidade.Formada em Artes Plásticas, tem contribuído por meio de seu dom e habilidade para a cidadania local, capacitou moradores locais e hoje emprega seis deles e ainda participa de projetos pedagógicos muito interessante.
Juntamente com Amilton Siqueira, Cristina desenvolve um projeto artístico cultural para estudantes de escolas de Brasilia que vão à cidade, ela com uma oficina de cerâmica e ele com os ensinamentos no tour pelo Museu Lavras de Ouro. Cristina também produz cerâmicas sob medida, para arquitetos e eu me apaixonei pelo que e;a tem no banheiro da loja.
Rua Pireneus, 67 – Centro Histórico. adobeceramica@hotmail.com (62) 3331 1333/ 9661 6920
Aberto segunda a sexta das 14 às 18h. Sábados e domingos das 9 às 18h
Visitei e também amei!!!
Jóias em prata é outra grande atração em Pirenópolis, destacando-se pela produção, por já vinte e seis anos, de Rosana Régis, formada em História da Arte pela Universidade de São Paulo, unindo, manualmente, gemas brasileiras à prata 925, criando peças originais, belas e versáteis, apresentadas em seu Ateliê RR Designer silver jewelry.
Rua 24 de outubro, Centro Histórico. rosaneregis07@gmail.com (62) 3331 3148
Aberto segunda, quarta, quinta e sexta das 10 às 18:30h. Sábados das 10 às 22h e domingos das 10 às 19h.
Visitarei na próxima viagem
Trabalhando em cerâmica, tela e madeira, Vera Michels imprime sua arte na originalidade de desenhos e formas. Também faz restauração de móveis com pátina e desenhos, recuperando-os e imprimindo valor agregado. suas peças estão no show room de seu Ateliê Vera Michels, Decoration and drawing
Rua Aurora, 28, Centro Histórico. blog.atelieveramichels.blogspot.com (62) 3331 3460/9447 9525/ 8225 0503
Aberto segunda a domingo. Feriados com horários agendados.
Visitarei na próxima viagem
ROUPAS
Existem muitas lojas de roupas espalhadas pela cidade mais eu destaco duas que mais gostei.
A Inairan, que fica na Galeria Centro Histórico, sala 2, na Rua do Rosário, (62) 8219 2388/9228 0977 e trabalha com malhas, especialmente malha fria que, além de ser super confortável, se adequa à temperatura ambiente. Estampas lindas, modelos muito bonitos, confortáveis e a qualidade da malha são seus destaques.
Dolce é uma loja que se destaca por peças de marcas importantes com preços interessantes, diversidade e modelos diferenciados que não deixam nada a desejar por estar numa cidade de interior. (62) 3331 1711.
CACHOEIRAS, PARQUE ESTADUAL DOS PIRENEUS, PICO DOS PIRENEUS
Essas são outras grandes atrações da cidade, com muita aventura, no entanto, eu ainda não conheci, ficou para uma próxima viagem e um novo post, rsrsrs
De toda a forma, deixo algumas informações colhidas na Agência Tilapatur .
Visita ao Parque dura cinco horas e custa R$ 160,00 por pessoa, incluindo guia, transporte e lanche. Sai as 9h30 ou as 14h.
Pico dos Pireneus está 1.387 metros acima do mar, se o dia estiver claro, dá para enxergar até Brasilia.
Cachoeira Meia Lua, tem infra-estrutura e até cadeirante tem acesso a parte do local (R$ 70,00)
Cachoeira Usina da Velha, também tem infra-estrutura (60,00)
Cachoeira das Araras permite acesso a cadeirante e idosos, tem uma prainha (R$ 120,00)
Reserva do Abade, Serra dos Pireneus, km 14. (62 9343 0170/8145 9597), aberto diariamente das 9 às 16h. Passeio do Vale, trilha de 2.400m de madeira e pedra, com três pontos de descanso. Três pontes pênsil, uma delas com 50m de altura. Três mirantes, destacando-se o mirante do Bugio com 80m de altura e vista panorâmica. Com quatro cachoeiras, a do Landi contendo 90 m de desnível e a do Sossego, com piscina natural.
Reserva do Abade – Passeio do Abade (R$ 120,00), 400 m de trilha em passarelas de pedra, três pontos de descanso, uma ponte pênsil e dois mirantes. Visita à maior e mais importante cachoeira local, a do Abade com 22 m de queda, poço grande e praia de areia branca. Cachoeira do Cânion.
Bóia Cross no Rio das Almas, duração de duas horas, uma hora de descida (R$ 60,00)
REVEILLON
A última vez que estive em Pirenópolis foi neste último reveillon (2015 para 2016), e gostei muito. Embora eu tenha optado por um programa família, muitos restaurantes ofereceram programação especial para a passagem de ano, com lindas decorações, pacotes incluindo jantar, espumante, música ao vivo. Para quem quer agito, não vai faltar opção.
Você também não vai sentir falta dos fogos e vou lhe dizer, me surpreendi, quase chega a duração do Rio de Janeiro. O povo se concentra na Igreja Matriz para assistir o espetáculo.
Embora muita gente vai à cidade para a virada, mesmo assim você pode circular até bem e curtir mesmo que não goste de agito.
Foto de Cesar Rocha – http://pedalbyrocha.blogspot.com
Pirenópolis é uma boa opção de viagem, lazer do jeitinho que você gosta, alternativo ou mais sofisticado, trilha, cachoeira, arte, gastronômia, história, arquitetura, música, festa, tradição, religiosidade.
Vá conhecer, não vai se arrepender!!!